Uma das tarefas mais difíceis ao montar um negócio é estabelecer o preço pelos produtos ou prestação de serviços. É preciso pensar em custos fixos, variáveis, margem de lucro da empresa e, além disso, ser competitivo. A precificação de produtos tem que levar em conta sempre o custo da matéria-prima e a mão-de-obra envolvida. Difícil, não? Nem tanto. Apresentamos um processo em três etapas para simplificar:
Etapa 1: Custo unitário de produção
A primeira coisa que o empreendedor precisa fazer para chegar ao preço final de um produto é calcular o custo unitário de produção, levando em consideração os custos diretos e indiretos de determinada produção. Para produzir uma parafuseta, por exemplo, é preciso considerar o preço da matéria-prima empregada para produzir cada produto. Nesse caso, o ferro. Nesse exemplo, consideramos o valor do quilo do ferro a R$ 1,00 e a quantidade utilizada na produção de cada unidade 200 g. Portanto, o custo de matéria-prima aqui é R$ 0,20. Além disso, é preciso estimar o valor de mão-de-obra, estimando as horas gastas pelo pessoal envolvido e multiplicando-as pelo custo dessas horas. No nosso caso hipotético, vamos imaginar que a hora/ trabalho custe R$ 10 e sejam necessárias duas horas nesse processo de fabricação.
Também é preciso calcular o valor das máquinas envolvidas. Suponhamos que são duas, que denominaremos máquinas A e B. Estamos levando em consideração que a máquina A é um custo direto, ou seja, esse é o único produto que utiliza essa máquina. Sendo assim, o cálculo feito é uma divisão da manutenção mensal da máquina pela quantidade que ela consegue produzir de parafusetas. Utilizamos a seguinte lógica: R$5.000,00/mês de manutenção e consegue fazer mil produtos. Assim, o custo unitário fica em R$5,00.
Agora vamos supor que a máquina B é um custo indireto, pois outros produtos também são fabricados nela. Sendo assim, estamos considerando que ela usa apenas 50% da máquina e o rateio vai seguir essa lógica. Sendo o custo mensal da máquina R$4.600,00/mês e ela também faz mil produtos, o custo fica em R$4,60 por unidade. Levando em consideração que o rateio é de 50% chegamos ao valor de R$2,30.
Cada parafuseta custa R$ 27,50 para ser produzida e agora temos que analisar o seu preço através de uma projeção geral da empresa.
Etapa 2: Projeção do ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio (clique aqui para saber mais) é o ponto em que você paga sua estrutura e começa a ter lucro. No caso das parafusetas, é preciso descobrir quantas você terá que vender para pagar o custo unitário e a partir daí, começar a lucrar. É preciso considerar:
Custos fixos: aluguel, energia, salários, parcela de amortização das máquinas e outros custos de longo prazo, como financiamento do terreno.
Projeção de vendas: é preciso fazer uma pesquisa de mercado e chegar a uma estimativa de vendas.
Preço de vendas: é preciso fazer simulações diferentes com preço para chegar a um cenário realista de retorno com determinado nível de vendas e preços.
Para realizar o cálculo, basta você multiplicar o preço de venda (PV) que você já estipulou pela quantidade de produtos que pretende vender (Q). Isso será igual aos custos fixos (CF) + os custos variáveis X quantidade de produtos (CV.Q). Veja a fórmula abaixo:
PV.Q = CF + (CV.Q)
Se você vende uma caixa de bombom, veja como ficaria o exemplo:
PV (R$10); Q (o que quero saber); CF(R$10); CV (R$5)
10xQ = 10 +(5xQ)
10Q – 5Q = 10Q=2
Então você precisa vender dois produtos para ficar no zero a zero. A partir daí você começa lucrar.
Etapa 3: Análise da concorrência
Por fim, deve-se realizar um comparativo com a concorrência para garantir que o valor estipulado está dentro dos padrões de mercado ou, pelo menos, condizente com o posicionamento do negócio. Se você quer cobrar mais caro, precisa oferecer diferenciais claros, fazer boa comunicação em cima deles para que as pessoas conheçam e façam a opção pelo seu produto.
Precificar produtos é um exercício e tanto, portanto mãos à obra! E não esqueça de voltar aqui e compartilhar sua experiência conosco!
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