A inovação é um processo com várias formas. Ela pode envolver desde o lançamento de uma tecnologia revolucionária até a redução no gasto de papel de um escritório. Implementar a inovação nas empresas já foi visto como um diferencial estratégico, mas hoje essa atitude é um critério para a sobrevivência das organizações.
A necessidade de inovar surgiu, em grande parte, como uma consequência da transformação digital, que modificou os comportamentos do consumidor e derrubou as barreiras de entrada em vários mercados.
Na era digital, seu concorrente pode ser uma multinacional com bilhões para investir, uma startup chinesa da qual você nunca ouviu falar ou um estudante que largou a faculdade e está correndo todos os riscos para crescer rapidamente.
A única forma de se proteger é assumir, por conta própria, uma atitude inovadora. Ela permite se diferenciar, entregando produtos e serviços únicos, e construir um público fiel, sempre aguardando pelo seu próximo lançamento.
Inovar, por definição, é fazer de forma diferente. Não devemos, então, olhar tanto para o que outras organizações fizeram, mas podemos obter várias lições ao estudar como.
A inovação nas empresas ganha impulso quando encontra um espaço favorável – e este pode, sim, ser replicado. As dicas abaixo mostram algumas bases para construir ambientes estimulantes e impulsionar essa prática entre os seus colaboradores!
Quando pensamos em inovação nas empresas, a primeira imagem pode ser de produtos futuristas, que vão deixar os consumidores de boca aberta. Essa, entretanto, é apenas uma forma de inovar.
O modelo de horizontes de inovação, desenvolvido pela consultoria McKinsey&Company, aponta três caminhos para adotar a inovação nas empresas. Estas não são etapas ou degraus, mas frentes de atuação que podem ser trabalhadas ao mesmo tempo:
1. Core Business
A pergunta central aqui é: como você pode fazer ainda melhor aquilo que já faz? O foco desse horizonte é a otimização de processos, evitando erros ou desperdícios, para obter o máximo de retorno. O Core Business vai gerar recursos para manter e ampliar os esforços de inovação.
2. Negócios Emergentes
Nessa frente, a inovação nas empresas dá alguns passos mais largos, expandindo sua atuação para negócios semelhantes ao Core Business. Isso pode ser feito ao comprar uma startup ou selecionar um time para lidar com o novo projeto.
3. Experimentação
Aqui é onde a inovação nas empresas ganha seus contornos de ousadia, pois a organização deve testar novas hipóteses sem ter uma boa referência para se guiar. São investimentos de alto risco, mas que também podem gerar alto retorno, dominando completamente mercados que até então sequer existiam.
Os colaboradores envolvidos em projetos de inovação nas empresas devem combinar uma série de habilidades: criatividade, análise de informações, manter a equipe engajada e até mesmo suportar a pressão quando o projeto encontrar um eventual ponto baixo.
Quando a organização não possui, ou não pode deslocar os profissionais com essas capacitações, existem dois caminhos para preencher a lacuna.
O primeiro é oferecer treinamentos, como cursos de inovação corporativa, que mostram como ir além da “grande ideia” e criar uma estrutura favorável à inovação. A vantagem aqui é utilizar a experiência de quem já conhece bem o seu negócio e está bem adaptado à cultura da empresa.
O segundo é buscar talentos, posicionando os novos contratados em posições onde seria mais demorado treinar um profissional internamente. Assim, esse pode ser o melhor caminho quando o projeto enfrenta crises e precisa de uma resposta imediata, por exemplo.
Não adianta qualificar ou contratar uma série de colaboradores altamente capacitados, se a empresa não der espaço para eles trazerem ideias e utilizarem suas habilidades para transformá-las em resultados concretos.
Através do intraempreendedorismo, é possível criar projetos com graus variados de autonomia, onde profissionais inovadores realmente podem explorar suas hipóteses.
Um exemplo de como o intraempreendedorismo pode revolucionar a inovação nas empresas é o projeto que deu origem ao Kindle, leitor de e-books da Amazon. Era uma iniciativa que, se tivesse sucesso, poderia acabar com o principal negócio da companhia, mas seria capaz de posicioná-la para dar passos ainda maiores.
Mais do que atuar numa série de projetos desconectados, o foco da empresa deve estar voltado à transformação da sua cultura. Adotar uma cultura de inovação envolve fazer perguntas como:
A mudança na cultura permite um fluxo constante de pequenas e grandes transformações, contemplando os vários horizontes de inovação nas empresas. Ela deve estar assentada em dois fatores para garantir que os retornos sejam os melhores possíveis:
Os três horizontes de inovação nas empresas oferecem diferentes escalas de benefícios, que permitem a manutenção e o crescimento do negócio mesmo nos cenários mais difíceis.
Com a otimização dos processos correntes, a organização ganha maior eficiência e passa a obter resultados melhores gastando cada vez menos. O resultado é um aumento consistente da lucratividade, que pode ser reaplicada em iniciativas mais ousadas.
Sem dúvida, todo mundo já sabe que os mercados de hoje são competitivos, mas isso não quer dizer que eles são inexploráveis. Uma empresa inovadora pode entrar no jogo em condições de igualdade, ou até de superioridade, se for capaz de entregar produtos melhores ou experiências únicas para os consumidores.
Nesse sentido, a inovação também permite criar novos mercados e operar sem concorrência por vários anos, até que outras companhias sejam capazes de se mover nessa direção – mas até nesses casos elas raramente vão desestabilizar a sua posição de liderança.
Um exemplo disso é a Netflix, que fechou o primeiro trimestre de 2021 com o dobro da receita obtida entre janeiro e março de 2018, mesmo com adversárias poderosas como Amazon, Disney e Time Warner na disputa.
Por certo, a inovação nas empresas costuma ser vista como uma iniciativa arriscada. Mas ela também pode ser uma medida de proteção contra desafios futuros. Inovar permite distribuir os ovos entre várias cestas, garantindo que existam alternativas caso um dos negócios seja afetado por mudanças no mercado.
Inovar não deve mais ser visto como uma tendência de “empresas legais” em escritórios coloridos. Ela é uma necessidade estratégica para qualquer organização que deseja ter prosperidade nos próximos anos.
A boa notícia é que, como acabamos de ver, existem caminhos práticos para implementar a inovação nas empresas. Por fim, sua principal tarefa é construir uma base sólida para que colaboradores em todos os níveis tenham espaço e ferramentas para inovar!
Esse artigo foi escrito pela AEVO, a maior plataforma de Gestão de Inovação da América Latina.