Central de Combate à Crise

Linhas de crédito para micro e pequenas empresas: são um bom negócio?

Os anúncios de facilidades na concessão de linhas de crédito, fazem os micro e pequenos empreendedores respirarem mais aliviados.

No entanto é sempre necessário ter atenção ao contar com esse tipo de auxílio. O seu caixa está preparado para para fazer a gestão mais adequada desses recursos? Quais as condições de pagamento? Essa taxa de juros e esses prazos valem a pena?

Essas e muitas outras questões, nós discutiremos ao longo deste artigo. Fique atento!

Projeto de Lei 1.282/20

Na última quarta-feira, 22 de abril, o plenário da Câmara aprovou um programa especial de crédito para micro e pequenas empresas, no valor total de R$ 15,9 bilhões.

Logo, essa aprovação virou notícia em vários meios de comunicação. O Projeto de Lei 1.282/20, cria o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Nesse sentido, o Pronampe visa conceder crédito com condições mais brandas e acessíveis às microempresas, com faturamento bruto anual de até R$ 360 mil. Bem como, às empresas de pequeno porte, com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

No entanto, para que fosse aprovado pela Câmara, o projeto passou por uma série de alterações, devendo passar novamente para análise do Senado.

Em resumo, o Projeto de Lei 1.282/20 dispõe sobre mais uma estratégia de enfrentamento à crise e apoio a esses pequenos empreendedores que são os que mais sofrem com os efeitos da pandemia de COVID-19.

Carência

O texto legal prevê um período de carência de oito meses para o primeiro pagamento, a contar da formalização do negócio.

Prazo

Independentemente do valor concedido, o prazo total para pagamento é se de 36 meses.

Quais bancos podem conceder essas linhas de crédito?

Poderão conceder linhas de crédito vinculadas a este projeto, toda a qualquer instituição financeira pública ou privada autorizada pelo Banco Central.

Qual a taxa de juros dessas linhas de crédito?

No momento, está determinada a aplicação da Selic como taxa máxima de juros. Vale lembrar que atualmente a Selic está em 3,75%.

Ainda, será somado o percentual de 1,25% a título de spread bancário.

Limite de crédito

Dentre as divergências entre o texto aprovado pela Câmara e o texto criado pelo Senado, está o percentual limite de crédito.

Se por um lado tínhamos um Senado positivo, definindo até 50% do orçamento anual de cada empresa como limite para a concessão. A Câmara já foi bem mais prudente e apertou os cintos, limitando o empréstimo à 30% do faturamento anual da empresa.

Garantias

A empresas que desejem solicitar essas linhas de crédito deverão apresentar uma garantia no montante igual ou superior ao crédito contratado. O que pode pesar na hora de decidir contrair esta dívida.

Paralelamente, como medida de manutenção de empregos, as micro e pequenas empresas não poderão demitir colaboradores, sem justa causa, no período entre a data da contratação da linha de crédito e 60 dias após o recebimento da última parcela da linha de crédito.

Essa é uma informação que já discutimos aqui no blog. Se você quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a leitura do artigo: Conheça as medidas do Programa Vamos Vencer.

Atenção!

Não é todo mundo que terá direito e esse benefício! Empresas que por algum motivo tenham problemas em seu histórico de pagamentos ou tenham sido condenadas por irregularidades relacionadas às condições de trabalho, não terão acesso a essas linhas de crédito. .

Porém, as empresas que possuam algum tipo de negativação ou protesto, não poderão ter sua solicitação de crédito negado. O que prometo dar um fôlego maior aos casos mais críticos.

O seu caixa está preparado para para fazer a gestão mais adequada desses recursos?

Por fim, nem só de notícias se faz este artigo. Uma questão bastante contundente nesse cenário é analisar em que medida a sua gestão financeira está preparada para administrar o valor recebido.

Afinal, este tipo de empréstimo contempla um valor que não liquida todos os custos da empresa. Por outro lado, se acaso o valor recebido contemplar todos os seus custos imediatos, ainda assim será necessário pensar no médio e longo prazo. Pois a crise econômica está posta e mesmo que voltássemos com todas as atividades comerciais normalmente nas próximas semanas, os efeitos dessa parada, serão sentidos no fluxo de caixa por um bom tempo.

Dessa forma, é fundamental que você crie estratégias para elencar prioridades e definir onde empregar esse dinheiro.

Para lhe ajudar a estabelecer essa hierarquia, compartilhamos uma lista de 4 perguntas que podem otimizar essa gestão.

  • Minha empresa tem contas em aberto? Se sim, eu posso negociá-las diretamente com meus credores?
  • Dentre as despesas que tenho a curto prazo, sobre quais delas há maior incidência de juros?
  • Dos custos que tenho atualmente, quais podem ser interrompidos, sem que haja um prejuízo nas atividades de minha empresas?
  • Quanto eu precisaria ter em caixa para manter minha empresa funcionando normalmente pelos próximos 30 dias?

Com estas questões respondidas, você terá muito mais clareza das demandas e urgências de seu negócio.

Para mais dicas de gestão e enfrentamento da crise. Conte com nossos canais de comunicação e siga acompanhando nossas postagens.

Até a próxima!

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