Gestão Financeira

Plano de Contas: como estruturar suas receitas e despesas de forma simples e eficiente

Antes de mais nada, vale explicar que o Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração financeira da empresa, com a finalidade de mantê-la ordenada e assim obter, de maneira clara e objetiva, os dois instrumentos informativos mais importantes da contabilidade: O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.

Nessa lógica, ele deve ser tão detalhado quanto for o interesse da empresa. Não existem regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo de contas que deve conter um plano de contas. Assim, é preciso que se saiba, que o plano de contas deve ser suficientemente elástico para permitir a inclusão de novas contas, sempre que elas se fizerem necessárias.

Logo, você deve contar com um Plano de Contas bem estruturado para organizar a sua gestão financeira. Que tal conferir os passos necessários para esse processo agora mesmo? 

Quais os passos para elaborar um Plano de Contas?

O Plano de contas deve possuir contas em número suficiente para registrar todos os valores positivos, negativos, ingressos e despesas de forma detalhada, evitando confusões.

Na preparação do Plano de Contas deve-se iniciar do grupo maior para os grupos menores, do geral para o particular. Visando à elaboração da demonstração do resultado do exercício (DRE), o plano de contas pode se dividir em três grandes grupos:

1. ATIVO: agrupando as contas que representam bens ou direitos da empresa;
2. PASSIVO: agrupando as contas que representam as obrigações da empresa e o patrimônio líquido;
3. CONTAS DE RESULTADO: agrupando as contas de resultado, onde seu saldo representa uma receita ou uma despesa, conforme o caso.

Para a codificação do plano de contas não existem regras estabelecidas. É comum adotar um código numérico que oferece maior facilidade de ordenação. Neste sentido, as contas de primeiro grau são designadas de forma majoritária. O sistema de graduação das contas funciona como se fossem árvores, uma para o ativo, uma para o passivo e outra para as contas de resultado.

Nas contas de segundo grau temos aquelas que representam o agrupamento de contas em que se dividem o ativo, o passivo e as contas de resultado. Devem seguir a ordenação de apresentação das demonstrações contábeis. Temos os seguintes grupos:

1- ATIVO:

1.1 – ATIVO CIRCULANTE – agrega as contas que representam os valores disponíveis em caixa, em bancos, os valores a receber até a data do próximo balanço, os estoques e as despesas pagas antecipadamente e que influenciarão os resultados do exercício seguinte. Este grupo pode ser dividido em outros subgrupos de acordo com a necessidade.

1.2 – ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO – este grupo agrega as contas que representam os valores a receber (os direitos) que só venham a vencer após o balanço seguinte.

1.3 – ATIVO PERMANENTE – neste grupo são incluídas as contas representativas dos bens adquiridos com caráter permanente, com a intenção de usá-los, sem a intenção de revendê-los. Este grupo se divide em três outros grupos distintos:

1.3.01 – INVESTIMENTOS – agrupa as contas que representam as aplicações de recursos financeiros em outras empresas ou em bens que não mantenham relação com a atividade da empresa;

1.3.02 – IMOBILIZAÇÕES – aqui se agrupam as contas que representam as aplicações de recursos financeiros que visam à manutenção da atividade da empresa e suas respectivas contas de regularização.

1.3.03 – DIFERIDO – este é o grupo que agrega as contas que representam as despesas que influenciarão o resultado de vários exercícios futuros, como despesas pré-operacionais e benfeitorias em imóveis de terceiros.

2 – PASSIVO:

2.1 – PASSIVO CIRCULANTE – reúne as contas representativas das obrigações da empresa, vencíveis antes do próximo balanço.

2.2 – PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO – agrupa as contas que representam as obrigações que tiverem seu vencimento após o decurso do exercício seguinte.

2.3 – RESULTADO DE EXERCICIOS FUTUROS – neste grupo são reunidas as contas que representam as receitas e despesas relativas a obras cujo ciclo operacional seja superior a um ano.

2.4 – PATRIMÔNIO LIQUIDO – este grupo de contas representa o patrimônio líquido da empresa, formado pelo seu capital social, suas reservas e lucros ou prejuízos acumulados.

3 – RESULTADO DO PERIODO

3.1 – RECEITA BRUTA – reúne as contas que representam a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços, ou apenas de serviços;

3.2 – ABATIMENTOS DA RECEITA BRUTA – reúne as contas que representam as vendas anuladas, os descontos incondicionais e os impostos incidentes sobre as vendas, dos quais o comerciante é mero repassador (ICMS, PIS e COFINS).

3.3 – CUSTO DAS VENDAS – neste grupo se reúnem as contas utilizadas na apuração do Custo das mercadorias vendidas: Mercadorias em estoque; Compras à vista; Compras a prazo; Fretes sobre compras e Devolução de compras.

3.4 – DESPESAS OPERACIONAIS – todas as despesas necessárias à atividade geral da empresa, tendo em vista o fim a que ela se propõe. Este grupo geralmente é dividido em subgrupos de acordo com o interesse da empresa.

3.5 – RECEITAS NÃO OPERACIONAIS – são as receitas que não mantém vinculação com a atividade da empresa.

3.6 – DESPESAS NÃO OPERACIONAIS – despesas que não mantém vinculação com a atividade a que a empresa se propôs.

Por fim, os lançamentos serão sempre feitos nas contas de 5º grau. Por certo, este registro será automaticamente transferido para as demais contas até concluir a soma das contas de 1º grau.

Nesse sentido, cada categoria funciona como um degrau no seu financeiro. Assim, quanto mais você desmembra as etapas de lançamentos, melhor e mais específica será a sua organização.

Então, você gostou desse texto? Já trabalha com Planos de Contas? Estruturou o seu modelo de forma diferente? Conta para a gente! Dessa forma, poderemos aprimorar processos e conhecer muito mais da gestão da sua empresa.

Até a próxima!

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